O Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem
(CBR), a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) entendem ser de suma
importância combater informações inverídicas e sem embasamento científico
referentes a um problema grave de saúde pública como o câncer de mama. Isso
pode trazer consequências sérias e prejudicar programas de controle desta
doença no Brasil. Portanto, baseado em fatos científicos, podemos afirmar que:
1. O risco do surgimento do câncer de mama decorrente da exposição anual à radiação (denominado de câncer radiogênico) é desprezível. Um estudo recente, publicado em 2011 no British Journal of Cancer, estimou que o rastreamento mamográfico evita 1.121 mortes a cada 100 mil mulheres rastreadas (entre 50 a 74 anos), enquanto pode induzir 1 câncer.
2. A compressão do tecido mamário durante o exame não causa a disseminação do câncer pelo corpo. Não existe nenhum estudo clínico ou laboratorial sério que demonstre que este tipo de disseminação mecânica ocorra. O processo de disseminação das células tumorais para outros locais, conhecido como metástase, ocorre de maneira bastante complexa, progressiva e em nível molecular. O simples deslocamento mecânico das células não leva ao desenvolvimento de novos focos tumorais.
3. A capacidade de detecção do câncer em fase inicial, na qual as chances de cura são próximas a 100%, é maior com o uso da mamografia, mesmo sabendo da existência do falso-negativo (que existe em todos os métodos de imagem). Lembramos que a taxa média de falso negativo da mamografia é de 10%, enquanto que o falso negativo da ultrassonografia é muito maior (próximo de 90% nos casos de carcinomas denominados "in situ”, que se manifestam principalmente através de microcalcificações – não visualizadas na ultrassonografia).
4. As chances de cura realmente reduzem quando há atraso no diagnóstico e tratamento do câncer de mama. Isso pode ocorrer por vários motivos, mas os principais ainda são devido à falta de programas de rastreamento mamográfico adequados e a adesão da população aos programas oferecidos – principalmente devido à falta de informação ou então informações errôneas, como esta que esta que foi recentemente veiculada na mídia.
5. O carcinoma de intervalo, ou seja, aquele câncer de mama que surge no intervalo entre os exames de mamografias, realmente é um problema. Para reduzi-lo, muitos programas de rastreamento já diminuíram o intervalo entre os exames de mamografia. Para as pacientes de alto risco, outros métodos diagnósticos foram introduzidos no rastreamento para reduzir o câncer de intervalo, porém sempre após a realização da mamografia.
6. O risco de falso positivo – ou seja, da mulher não ter câncer, mas ser diagnosticada como tendo câncer – também existe em todos os métodos. Lembramos que um dos grandes impedimentos para que a ultrassonografia seja utilizada como método de rastreamento isolado do câncer de mama é o alto percentual de falso positivo. Foi descrito em um trabalho recente que a cada oito pacientes submetidas a biópsia percutânea por achado ultrassonográfico, sete não tinham lesão maligna. O percentual de falso positivo da mamografia é bem menor.
7. O diagnóstico exagerado e o tratamento excessivo do câncer de mama recentemente foram discutidos na mídia. Entretanto, esse risco é apenas teórico e calculado, já que não existem dados reais sobre isso. Os dados mais consistentes mostram apenas a redução da mortalidade para todas as mulheres acima de 40 anos submetidas ao rastreamento mamográfico periódico.
8. A baixa qualidade dos exames de mamografia ainda é um problema no Brasil. Entretanto, esse fato não deveria servir para eliminarmos o rastreamento mamográfico do câncer de mama no Brasil (que existe na maioria dos países). Deveria servir para ampliarmos nossos programas de controle de qualidade, a exemplo do Programa de Qualidade de do CBR, que há existe há 18 anos, assim como o Programa Nacional de Qualidade em Mamografia (PNQM), do Ministério da Saúde (MS), que está sendo implantando de forma obrigatória no Brasil a partir deste ano pelo Inca, Anvìsa e MS.
9. A mamografia comprovadamente reduz a mortalidade por câncer de mama. Esse fato foi demonstrado através de diversos estudos realizados na década de 70, envolvendo mais de 500 mil mulheres acompanhadas por mais de 18 anos, demonstrando uma redução na mortalidade de 15% até 45% em relação ao grupo de mulheres que não realizaram mamografia. Aliás, a mamografia é a único exame que, quando realizado de forma sistemática a partir dos 40 anos, comprovadamente reduz a mortalidade pelo câncer de mama.
10. É um absurdo dizer que "a mamografia é um exame superado por outros mais modernos e eficientes, particularmente pela ultrassonografia, a elastografia e a ressonância magnética”. Qualquer médico com um mínimo de conhecimento sobre o diagnóstico do câncer de mama sabe que os outros exames (como a ultrassonografia e a ressonância magnética) auxiliam muito na avaliação das mamas, porém sempre após a realização da mamografia.
1. O risco do surgimento do câncer de mama decorrente da exposição anual à radiação (denominado de câncer radiogênico) é desprezível. Um estudo recente, publicado em 2011 no British Journal of Cancer, estimou que o rastreamento mamográfico evita 1.121 mortes a cada 100 mil mulheres rastreadas (entre 50 a 74 anos), enquanto pode induzir 1 câncer.
2. A compressão do tecido mamário durante o exame não causa a disseminação do câncer pelo corpo. Não existe nenhum estudo clínico ou laboratorial sério que demonstre que este tipo de disseminação mecânica ocorra. O processo de disseminação das células tumorais para outros locais, conhecido como metástase, ocorre de maneira bastante complexa, progressiva e em nível molecular. O simples deslocamento mecânico das células não leva ao desenvolvimento de novos focos tumorais.
3. A capacidade de detecção do câncer em fase inicial, na qual as chances de cura são próximas a 100%, é maior com o uso da mamografia, mesmo sabendo da existência do falso-negativo (que existe em todos os métodos de imagem). Lembramos que a taxa média de falso negativo da mamografia é de 10%, enquanto que o falso negativo da ultrassonografia é muito maior (próximo de 90% nos casos de carcinomas denominados "in situ”, que se manifestam principalmente através de microcalcificações – não visualizadas na ultrassonografia).
4. As chances de cura realmente reduzem quando há atraso no diagnóstico e tratamento do câncer de mama. Isso pode ocorrer por vários motivos, mas os principais ainda são devido à falta de programas de rastreamento mamográfico adequados e a adesão da população aos programas oferecidos – principalmente devido à falta de informação ou então informações errôneas, como esta que esta que foi recentemente veiculada na mídia.
5. O carcinoma de intervalo, ou seja, aquele câncer de mama que surge no intervalo entre os exames de mamografias, realmente é um problema. Para reduzi-lo, muitos programas de rastreamento já diminuíram o intervalo entre os exames de mamografia. Para as pacientes de alto risco, outros métodos diagnósticos foram introduzidos no rastreamento para reduzir o câncer de intervalo, porém sempre após a realização da mamografia.
6. O risco de falso positivo – ou seja, da mulher não ter câncer, mas ser diagnosticada como tendo câncer – também existe em todos os métodos. Lembramos que um dos grandes impedimentos para que a ultrassonografia seja utilizada como método de rastreamento isolado do câncer de mama é o alto percentual de falso positivo. Foi descrito em um trabalho recente que a cada oito pacientes submetidas a biópsia percutânea por achado ultrassonográfico, sete não tinham lesão maligna. O percentual de falso positivo da mamografia é bem menor.
7. O diagnóstico exagerado e o tratamento excessivo do câncer de mama recentemente foram discutidos na mídia. Entretanto, esse risco é apenas teórico e calculado, já que não existem dados reais sobre isso. Os dados mais consistentes mostram apenas a redução da mortalidade para todas as mulheres acima de 40 anos submetidas ao rastreamento mamográfico periódico.
8. A baixa qualidade dos exames de mamografia ainda é um problema no Brasil. Entretanto, esse fato não deveria servir para eliminarmos o rastreamento mamográfico do câncer de mama no Brasil (que existe na maioria dos países). Deveria servir para ampliarmos nossos programas de controle de qualidade, a exemplo do Programa de Qualidade de do CBR, que há existe há 18 anos, assim como o Programa Nacional de Qualidade em Mamografia (PNQM), do Ministério da Saúde (MS), que está sendo implantando de forma obrigatória no Brasil a partir deste ano pelo Inca, Anvìsa e MS.
9. A mamografia comprovadamente reduz a mortalidade por câncer de mama. Esse fato foi demonstrado através de diversos estudos realizados na década de 70, envolvendo mais de 500 mil mulheres acompanhadas por mais de 18 anos, demonstrando uma redução na mortalidade de 15% até 45% em relação ao grupo de mulheres que não realizaram mamografia. Aliás, a mamografia é a único exame que, quando realizado de forma sistemática a partir dos 40 anos, comprovadamente reduz a mortalidade pelo câncer de mama.
10. É um absurdo dizer que "a mamografia é um exame superado por outros mais modernos e eficientes, particularmente pela ultrassonografia, a elastografia e a ressonância magnética”. Qualquer médico com um mínimo de conhecimento sobre o diagnóstico do câncer de mama sabe que os outros exames (como a ultrassonografia e a ressonância magnética) auxiliam muito na avaliação das mamas, porém sempre após a realização da mamografia.
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