O consumo de tabaco no Brasil vem caindo durante os últimos anos,
no início dos anos 90, 35% da população brasileira com mais de 15 anos
era fumante, em 2007 a porcentagem de fumantes caiu para 16%, segundo
dados do Ministério da Saúde.
Entretanto, ainda com essa queda importante estima-se que a cada
ano, 200 mil brasileiros morram precocemente devido às doenças causadas
pelo tabagismo. Por outro lado, de cada 100 pacientes que desenvolvem
câncer, trinta são fumantes e daqueles com câncer no pulmão 90% estão
relacionado diretamente ao consumo de tabaco.
As pessoas começam a fumar por muitas razões e sem saber são
vítimas da dependência que cria a nicotina, o que torna parar de fumar
mais difícil por suas implicações físicas e psicológicas.
Reunimos 10 mitos persistentes sobre parar de fumar e a verdade sobre cada um
Mito 1 - Meus outros hábitos saudáveis podem compensar ser fumante
Alguns fumantes justificam o consumo de tabaco insistindo que a nutrição adequada e muito exercício são suficientes para mantê-los saudáveis. Isto não é verdade. Pesquisas mostram que uma dieta saudável e exercício não reduzem os riscos de doenças associadas ao tabagismo, fumar afeta todos os sistemas e órgãos do corpo, e pensar que vai neutralizar os efeitos do fumo com essas práticas não tem embasamento científico. O que se recomenda é abandonar o cigarro o antes possível e manter uma dieta e peso saudáveis junto com a prática de exercícios físicos.
Mito 2 - Mudar para cigarros 'light' diminui meu risco
Fumantes que mudam para marcas "light" inevitavelmente compensam os baixos níveis de alcatrão e nicotina inalando fumaça mais vigorosa e profundamente. A maioria das pessoas que fumam cigarros light terminam inalando a mesma quantidade de componentes e em alguns casos maior quantidade já que podem fumar mais. Da mesma maneira narguiles, cachimbos, cigarros de palha ou de corda e charutos estão associados ao aparecimento de doenças como câncer de pulmão, derrame cerebral, infarto de miocárdio e enfisema pulmonar.
Mito 3 - Eu fumei por muito tempo, o dano já está feito
Os danos causados pelo tabagismo são acumulativos, e quanto mais tempo uma pessoa fuma, maior seu risco para doenças potencialmente fatais. No entanto parar de fumar a qualquer momento sempre traz benefícios para a saúde.
Os benefícios de parar de fumar começam 20 minutos após o último cigarro quando se normaliza o número de batimentos cardíacos, em 3 meses o risco de infarto declina e a função pulmonar começa a melhorar, em 9 meses a tosse e a falta de ar diminuem, 1 ano sem fumar o risco de infarto corresponde à metade de um tabagista, 5 anos sem fumar o risco de derrame cai de forma importante, 10 anos sem fumar o risco de câncer de pulmão é cerca da metade de alguém que nunca fumou. O mesmo ocorre com outros tipos de câncer como de boca, garganta, esôfago, bexiga, rim e pâncreas, 15 anos sem fumar o risco de doença coronariana retorna a níveis similares a de um não tabagista.
Mito 4 - Tentar parar de fumar provoca muito estresse e isso não é saudável
Embora parar de fumar seja estressante, não existe nenhuma evidência que mostre que o estresse tenha efeitos negativos a longo prazo. Na verdade, as pessoas que param de fumar começam a comer melhor, a se exercitar mais, e aumentam sua autoestima e autoimagem.
Mito 5 - O ganho de peso após parar de fumar é tão prejudicial quanto fumar
Fumantes que param de fumar ganham em média 6 quilos, no entanto o
risco do aumento de peso é minúsculo em comparação com o risco de
continuar fumando.
Mito 6 - Parar abruptamente é a melhor opção
Alguns tabagistas pensam que parar de fumar de forma abrupta é a maneira mais eficaz para evitar voltar a fumar. Isso é parcialmente verdadeiro já que o compromisso é essencial. Mas os fumantes podem obter maior sucesso se realizam programas de cessação de tabagismo, nos quais se abordam assuntos que dizem respeito à saúde e os benefícios ao parar de fumar, e nos quais, dependendo de cada caso pode ser utilizada a reposição de nicotina através de chicletes, pastilhas, adesivos, inaladores, ou spray nasal, ou ainda medicamentos como bupropiona e vareniclina que ajudam a abandonar o cigarro. Os programas de cessação de tabagismo aumentam as chances de sucesso em 60%.
Mito 7 - A nicotina é tão prejudicial quanto fumar
A nicotina é segura quando usada para o propósito específico, neste caso a reposição de nicotina em pessoas que estão tentando parar de fumar. Ainda usando nicotina todos os dias durante anos essa prática seria mais segura do que fumar. Afinal, produtos de reposição de nicotina liberam apenas a nicotina. Sabe-se que cada cigarro carrega mais de 4.700 substâncias das quais 60 agentes cancerígenos conhecidos.
Mito 8 - Diminuir o número de cigarros por dia já é suficiente para evitar doenças
Diminuir o número de cigarros não é uma estratégia efetiva.
Tabagistas que reduzem o número inalam mais profundamente e fumam mais
de um cigarro seguido. Embora fumem menos são as mesmas 4.700
substâncias por cada cigarro que são introduzidas ao corpo, por tanto, a
melhor estratégia para parar de fumar é não acender o cigarro.
Mito 9 - Eu sou o único prejudicado por fumar
A fumaça produzida pelo cigarro também prejudica as pessoas ao seu redor. Os bebês têm 5 a 6 vezes mais risco para a síndrome da morte súbita infantil; crianças cronicamente expostas apresentam maior incidência de infecções do ouvido médio, redução do crescimento e da função pulmonar, aumento da frequência de tosse, aumento da ocorrência de doenças respiratórias, como pneumonia, bronquite, além do desenvolvimento e agravamento de asma, e, em adultos aumenta em 30% o risco de câncer de pulmão e 24% o risco de infarto do coração.
Mito 10 - Eu tentei parar e não consegui, por isso não adianta tentar novamente
A maioria dos fumantes tenta várias vezes antes conseguir para
completamente. Se você falhou anteriormente, não deixe que isso o impeça
de tentar novamente. Cada vez que a pessoa tenta parar, ela aprende
novas coisas que poderão ser úteis para a próxima tentativa. O
importante é nunca desistir e continuar tentando até conseguir, sua
saúde está em suas mãos.
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