quinta-feira, 11 de julho de 2013

Estudo aponta que café expresso pode diminuir chances de ter câncer


Um pesquisador e professor de Santos, no litoral de São Paulo, descobriu que algumas xícaras de café por dia ajudam a evitar doenças como câncer, alzheimer, parkinson e diabetes. A pesquisa inédita, porém, aponta que doses em excesso da bebida devem ser evitadas por mulheres após a menopausa e por pessoas que tem pressão alta.

O famoso cafezinho é conhecido por afastar o sono, alegrar o espírito, melhorar a digestão ou até mesmo, substituir o doce após o almoço. Mas, o que poucos sabem, é que ele tem benefícios muito melhores, como por exemplo, ajudar a prevenir doenças degenerativas.

Esse poder do café foi descoberto pelo químico Silvio José Valadão Vicente, que dá aulas na graduação em Engenharia Química e pós-graduação em Sustentabilidade na Universidade Santa Cecília (Unisanta). Ele ficou três anos estudando a composição do café e descobriu que a bebida era capaz de aumentar o número de enzimas que combatem os radicais livres, responsáveis por algumas doenças. “O corpo da gente, quando trabalha, produz umas substâncias chamadas radicais livres. São substâncias agressivas que começam a atacar todas as moléculas que estão disponíveis e, quando ele ataca, pode causar doenças sérias tipo câncer, alzheimer, parkinson, catarata e diabetes. Nós temos no corpo substâncias antioxidantes. As mais ativas são três enzimas. Quando o corpo gera esses radicais, as enzimas destroem para não causar essas doenças.”, explica o professor.

Após o estudo teórico, o químico fez experiências com ratos na Faculdade de Saúde Pública e na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). “A parte do fígado do rato simula muito o que acontece no organismo humano”, afirma. Quase 180 ratos foram utilizados nos testes que duraram cerca de um ano. Eles foram divididos em grupos. Um deles recebia água e os outros tomavam quantidades diferentes de café. Um biólogo, que auxiliou nas pesquisas, dava café para os ratos todos os dias. A quantidade variava de meio mililitro até dois mililitros por dia, conforme o grupo. Após determinado período, os ratos foram mortos. “A gente coleta o fígado dele e no fígado a gente pode analisar se houve aumento ou não daquelas enzimas”, conta o químico.

A experiência deu resultado positivo. Uma dose de café, que representa cerca de um mililitro, aumentou o número de enzimas defensoras no organismo do rato. A medida equivale a quatro xícaras por dia. “O aumento dessas enzimas defensivas foi sensacional. Medi três enzimas diferentes. As três aumentaram e todas aumentaram mais que o dobro. O legal dessas enzimas aumentarem é que a pessoa vai ficar mais protegida”, garante o professor.

Segundo ele, é importante alertar a população que as quatro xícaras diárias não irão impedir as pessoas de terem doenças degenerativas, mas irão aumentar as defesas em relação a elas. “Não é que se você tomar café você nunca vai ter câncer ou diabetes. Doença é sempre uma probabilidade. O café, como outras substâncias, é um tremendo auxiliar. Ele diminui as chances de você ter essas doenças degenerativas”, diz.

Além de descobrir esse benefício da bebida, o químico também conseguiu provar que o café em excesso, mais que quatro xícaras por dia, não é recomendado para mulheres pós menopausa, pessoas com pressão alta e osteoporose. “O café tem cafeína, que é um estimulante. Em grande quantidade aumenta a pressão arterial e há perda de cálcio”, explica. Para quem tem pressão alta e osteoporose, a doença pode se tornar pior. Já uma mulher pós-menopausa, segundo ele, não deveria tomar café, porque ele aumentará a perda de cálcio e pode agravar um estado de osteoporose. “Mas tem o plano B. É só tomar o descafeinado. É recomendado”, orienta.

Segundo o cientista, toda a pesquisa foi realizada com o café puro, o famoso expresso. Segundo Vicente, se a bebida for adicionada com outras, como por exemplo, o café com leite, não irá fazer o mesmo efeito.

A pesquisa que gerou todas essas informações é inédita e foi a tese apresentada pelo professor em seu doutorado. Dois artigos sobre o assunto foram publicados na revista americana Journal of Agriculture and Food Chemistry e na revista brasileira Brazilian Archives of Biology and Tecnology. Agora, o professor quer que a pesquisa seja divulgada para todos para que a ciência seja cada vez mais útil e benéfica para o bem estar humano.

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