quarta-feira, 5 de março de 2014

Tabagismo Passivo



É definido como tabagismo passivo a inalação da fumaça de derivados do tabaco (cigarro, charuto, cigarrilhas, cachimbo e outros produtores de fumaça) por pessoas não-fumantes, que tem convivência com fumantes em ambientes fechados. A fumaça dos derivados do tabaco em ambientes fechados é denominada poluição tabagística ambiental (PTA) e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), torna-se ainda mais grave em ambientes fechados. O tabagismo passivo está em 3º do ranking dos maiores causadores de mortes evitáveis no mundo, estando abaixo do tabagismo ativo e do consumo excessivo de álcool (IARC, 1987; Surgeon General, 1986; Glantz, 1995). 

A absorção da fumaça do cigarro por aqueles que convivem em ambientes fechados com fumantes causa:
1 - Em adultos que não fumam:
• Possuem um risco maior de doença por causa do tabagismo, proporcionalmente ao tempo de exposição à fumaça;
• E um risco 30% maior de câncer de pulmão e 24% maior de infarto do coração do que os não-fumantes que não se expõem à fumaça.

2 - Em crianças:
• Frequentemente contraem resfriados e infecções do ouvido médio;
• Tem um risco maior de doenças respiratórias como pneumonia, bronquites e exacerbação da asma.

3 - Em bebês:
• O risco é 5 vezes maior de morte subita sem uma causa aparente (Síndrome da Morte Súbita Infantil);
• O risco de doenças pulmonares até 1 ano de idade também é maior, proporcionalmente ao número de fumantes em casa.

Fumantes passivos também sofrem os efeitos imediatos da poluição tabagística ambiental, tais como, irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaléia, aumento de problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias e aumento dos problemas cardíacos, principalmente elevação da pressão arterial e angina (dor no peito). Outros efeitos a médio e longo prazo são a redução da capacidade funcional respiratória (o quanto o pulmão é capaz de exercer a sua função), aumento do risco de ter aterosclerose e aumento do número de infecções respiratórias em crianças.

Os dois componentes principais da poluição tabagística ambiental (PTA) são a fumaça exalada pelo fumante (corrente primária) e a fumaça que sai da ponta do cigarro (corrente secundária). Sendo, esta última o principal componente da PTA, pois em 96% do tempo total da queima dos derivados do tabaco ela é formada. Porém, algumas substâncias, como nicotina, monóxido de carbono, amônia, benzeno, nitrosaminas e outros carcinógenos podem ser encontradas em quantidades mais elevadas. Isto porque não são filtradas e devido ao fato de que os cigarros queimam em baixa temperatura, tornando a combustão incompleta.

Tanto no avanço do conhecimento por parte da população sobre os malefícios do tabagismo em geral e em especial, da fumaça ambiental do tabaco em locais fechados, como na criação de legislação local que proíbe totalmente o fumo nestes ambientes, o Brasil, país de dimensões continentais, já apresenta resultados positivos. Diversos estados e municípios brasileiros já entenderam a importância da adoção de ambientes 100% livres da fumaça do tabaco e aprovaram legislações próprias, aperfeiçoando a Lei Federal 9.294/96 e implementando em ambientes públicos e privados livres da poluição tabagística ambiental. Para tal, contaram com o apoio das secretarias estaduais e municipais de saúde além da população, promovendo assim, políticas públicas saudáveis. Com a adoção de medidas desta natureza, estados e municípios contribuem para a elevação da qualidade de vida da população brasileira e para redução dos custos decorrentes das doenças crônicas relacionadas ao tabaco que, apesar de altamente evitáveis, hoje sobrecarregam todo o sistema de saúde do país. O número de óbitos anuais, ocasionados pela exposição ao fumo passivo poderia ser evitado pela prevenção desta exposição. 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Anvisa aprova medicamento que trata câncer de mama e não causa queda de cabelo


   Foto: Getty Images

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um medicamento voltado para o tratamento do câncer de mama que não causa queda de cabelo e causa menos efeito colateral do que a quimioterapia tradicional. O remédio atua diretamente no tumor, em vez de afetar todas as células do corpo, resultando, assim, em menos efeitos colaterais e em evitar a queda dos cabelos. De acordo com os organizadores do estudo, trata-se do primeiro medicamento com esse mecanismo aprovado no Brasil.
O medicamento é o trastuzumabe entansina (também chamado de T-DM1) e é indicado para um tipo de câncer de mama avançado, identificado como HER2 positivo, correspondente a 20% de todos os casos diagnosticados da doença. Seu uso deve ocorrer quando o tratamento convencional não apresentar mais resultados. Além de evitar os efeitos colaterais da quimioterapia, ele aumenta em 50% o tempo de sobrevida.
"A droga tem um efeito casado. Ela possui um anticorpo e um quimioterápico. Por ser extremamente potente, esse quimioterápico não poderia ser aplicado sozinho porque seria muito tóxico ao organismo. O que acontece é que o anticorpo conduz o quimioterápico até o interior da célula tumoral e libera o medicamento lá dentro", explica José Luiz Pedrini, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia e um dos coordenadores do estudo do medicamento no Brasil. O mecanismo do remédio é conhecido como "cavalo de troia".
Segundo o médico, a pesquisa, realizada em vários países, incluiu cerca de cem brasileiras. "Há pacientes que começaram a participar do estudo em 2011 e seguem vivas. Sem essa opção, elas sobreviveriam por cerca de seis meses porque não teriam outra alternativa de tratamento", explica.
Uma grande vantagem desse novo remédio é que ele pode ser usado por mais tempo do que a quimioterapia tradicional. "Os medicamentos já existentes podem ser aplicados por, no máximo, oito sessões, por causa da toxicidade. Por ser menos agressiva, a trastuzumabe entansina pode ser utilizada por tempo indeterminado", afirma o médico. A aplicação do remédio é feita a cada 21 dias. Embora este medicamento possa aumentar a sobrevida das pacientes, o tumor de mama do tipo HER2 positivo continua sendo incurável.

A aprovação da trastuzumabe entansina foi publicada pela Anvisa no mês passado. O medicamento está disponível no mercado em aproximadamente três meses. Novos estudos vão verificar se o medicamento também é eficaz e seguro se utilizado em fases iniciais da doença. 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A Musicoterapia e a sua arte de preencher vazios



A musicoterapia é definida pela Federação Mundial de Musicoterapia como: a utilização da música e/ou seus elementos (som/ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado com um cliente ou grupo, num processo para facilitar e promover a comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão e outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas.

A música traz consigo diversos efeitos positivos para reabilitação e melhora em casos de câncer. A música é capaz de interferir na batida cardiovascular, no sistema respiratório, na tonicidade muscular, diminuição da ansiedade, o desconforto e até mesmo a dor, melhorando na qualidade de vida dos pacientes com câncer.  Com a utilização da musicoterapia em pacientes no hospital, percebeu-se, em alguns casos, diminuição do tempo de internação, melhora no relacionamento com os familiares e a equipe de profissionais.

Como a música, também, proporciona grande bem-estar, ela acaba auxiliando na recuperação dos pacientes e no enfrentamento da doença pelos mesmos. O musicoterapeuta vai utilizando a música e seus elementos de acordo com cada paciente e cada sintoma.


É sempre bom lembrar que a musicoterapia pode ajudar a aliviar alguns sintomas do câncer e possíveis efeitos colaterais decorrentes do tratamento, mas esse tipo de terapia, sozinha, não poderá curar, tratar ou evitar doenças, como o câncer.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A importância do apoio às mulheres com Câncer de Mama



O diagnóstico de câncer de mama costuma ser assustador e modificar a vida das mulheres e das pessoas ao seu redor. A maior parte das mulheres acaba se sentindo confusa, preocupada, triste ou aborrecida quando recebem o diagnóstico. Acredita-se que compartilhar sentimentos e pensamentos com os entes queridos ajuda a diminuir a intensidade de sentimentos desagradáveis e aumentar a tranquilidade das pacientes que receberam este diagnóstico.

No câncer de mama, além de todas as preocupações acarretadas pela doença, uma das maiores angústias dessas mulheres é com relação à feminilidade, sexualidade e maternidade, já que o seio é um órgão com muito significado para as mulheres. O diagnóstico, a retirada total ou parcial das mamas e a queda do cabelo podem causar abalos muito significativos na vida das mulheres. Por isso, todo apoio é muito bem vindo.

Um dos medos mais relatados por pacientes que passaram pela retirada total ou parcial das mamas é de não ser mais atraente sexualmente. Dessa forma, torna-se fundamental a presença e o apoio dos companheiros para a recuperação da autoestima das pacientes. Algumas mulheres acabam evitando contato sexual com seus parceiros, devido à vergonha que sentem no início, por isso eles precisam ter muita paciência e muito amor para driblar essa situação.

Os variados medicamentos que são utilizados, durante o tratamento, acabam afetando a libido das pacientes, já que os mesmos podem influenciar na lubrificação genital, o que pode causar dor e impedir que elas sintam prazer. Mais um motivo que demonstra a real importância do companheirismo nessa batalha. Um diálogo sincero entre o casal é sempre a melhor solução, pode-se tentar, até mesmo, outras formas de relação a dois que não tenham penetração, isso seria apenas por um período, até que a libido volte e que a relação não cause mais dores.

Dicas aos companheiros de uma mulher com câncer de mama:
  •  Paciência, muita paciência;
  • Compreensão;
  • Carinho e Amor em dobro;
  • Respeito, acima de tudo;
  • Muito diálogo para estar sempre por dentro dos sentimentos e pensamentos de sua companheira;
  • Elogios, beijos e abraços ajudam bastante;
  • Prove pra ela que quando ela te escolheu foi a melhor decisão, não a decepcione nesse momento;
  • E não se esqueça, ela estaria se dividindo em mil partes para te ver bem se fosse você a passar por isso.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Câncer de Colo do Útero

                                                                      Foto: Dreamstime

O útero é um órgão fibromuscular em forma de pera invertida, localizado na cavidade pélvica. Já o colo do útero apresenta forma cilíndrica, com comprimento variável entre 2,5 e 3 cm.

As características anatômicas, funcionais, histológicas e patológicas tornam este órgão muito importante para a saúde física e emocional da mulher.

Os dois tipos principais de células que cobrem o colo do útero são as células escamosas e as células glandulares. Há um ponto que esses dois tipos de células se encontram, e esse ponto é denominado de zona de transformação, e é nesse ponto onde a maioria deste tipo de câncer se inicia.

Mulheres com lesão pré-cancerosa ou câncer de colo do útero em fase de início não apresentam nenhum sintoma. Os sintomas começam a aparecer quando o câncer se torna invasivo e invade tecidos próximos.

Os sintomas que devem mais comuns de displasia de colo do útero ou do câncer de colo do útero são:
·         
  •     Sangramento vaginal anormal;
  •     Menstruação mais longa do que o normal;
  •         Secreção vaginal incomum e com um pouco de sangue; 
  •         Sangramento após a menopausa;
  •         Sangramento após relação sexual;
  •         Dor durante a relação sexual.

Estes sinais e sintomas podem ser causados também por infecções e não somente pelo câncer, por isso assim que surgir qualquer um dos sintomas citados anteriormente procure um ginecologista imediatamente.

É possível prevenir este tipo de câncer, mas para isso é necessário que se realize todos os exames de Papanicolau e pélvicos regularmente a partir do início da atividade sexual.