quarta-feira, 19 de junho de 2013

Quatro avanços no combate ao câncer

A exemplo da cirurgia realizada por uma equipe japonesa no Estado na semana passada, que possibilitou menos dor e sofrimento no tratamento, o avanço da oncologia oferece procedimentos com menor agressividade e com resultados mais eficazes. A maior limitação, entretanto, é a cobertura de planos de saúde e da rede de assistência pública.

Zero Hora consultou especialistas que comentaram as principais inovações no tratamento de tumores. Veja o que eles apontaram:

1 - Ressurgimento da imunoterapia

Medicamentos que estimulam o sistema imunológico do paciente estão mais eficientes

Como funciona: O medicamento estimula rotas que se utilizam do sistema imunológico do próprio paciente para combater células doentes. A imunoterapia tinha sido abandonada por apresentar alta toxidade, mas novos imunoterápicos têm apresentado prognósticos melhores.

Que tipos de câncer envolve: Melanoma, leucemia, rim, intestino, linfoma e mama.

Principais vantagens: Associado a outros medicamentos, aumenta a capacidade de resposta ao tratamento.

Custo: Depende do imunoterápido, pode variar entre R$ 10 mil e R$ 260 mil por mês, sendo o tempo de administração do remédio também variável em cada paciente.

Cobertura: Não é disponibilizado pelo SUS, alguns planos de saúde cobrem.

2 - Medicina personalizada
Torna possível obter informações mais sofisticadas sobre como um tumor age em um paciente em específico.

Como funciona: Por meio de um painel de distribuição dos genes do paciente, é possível identificar o comportamento biológico da doença, bem como mutações que encaminham para um tratamento personalizado.

Que tipos de câncer envolve: Mama, pulmão, intestino, melanoma.

Principais vantagens: Tratamento individualizado. Em vez de se basear apenas na clínica, na patologia ou na biópsia, que, de certa forma, generalizam os casos, é possível analisar as moléculas do tumor e oferecer ao paciente um tratamento menos agressivo e mais inteligente.

Custo: Dependendo do nível de detalhamento, um sequenciamento genético pode custar de R$ 1 mil a R$ 10 mil.

Cobertura: Somente na rede particular. O exame não é oferecido pelo SUS e não tem cobertura de planos de saúde.

3 - Remédios via oral

A quimioterapia, administrada em hospitais com aplicações intravenosas, passa a ser feita por meio de comprimidos.

Como funciona: O paciente toma o medicamento em casa, sob supervisão médica e com cuidados em relação ao armazenamento. A dosagem pode ser única ou cíclica, como normalmente ocorre na quimioterapia intravenosa. O uso de comprimidos não exclui os efeitos colaterais do tratamento.

Que tipos de câncer envolve: Pulmão, rim, fígado, mama, melanoma, leucemia, cerebral, cólon.

Principais vantagens: O paciente faz o tratamento em casa. O deslocamento fragiliza o paciente - as aplicações intravenosas são feitas de três em três dias e muitas vezes o paciente precisa viajar quilômetros até o hospital. Além disso, no ambiente hospitalar, o paciente fica mais exposto a infecções por microorganismos multirresistentes.

Custo: De R$ 4 mil a 20 mil por mês, variando o tempo de tratamento.

Cobertura: Há comprimidos para tratar câncer de mama e de intestino oferecidos pelo SUS. Convênios estão desobrigados a pagar medicamentos orais, mas a Agência Nacional de Saúde Suplementar já anunciou que irá rever essa regra a partir do ano que vem.

4 - Procedimentos menos invasivos

Cirurgias com técnicas de videolaparoscopia e robótica substituem procedimentos abertos.

Como funciona: Depende do procedimento.

Que tipos de câncer envolve: Intestino, estômago, ovários, útero, próstata.

Principais vantagens: Recuperação mais rápida. Muitas vezes, o paciente volta para casa no mesmo dia. Cortes menores, menos agressão aos tecidos, reduzindo risco de hemorragias e infecções. Também há menor risco de sequelas do processo cirúrgico.

Custo: É muito específico a cada procedimento.

Cobertura: Há procedimentos de videolaparoscopia cobertos pelo SUS e por planos de saúde, mas algumas das mais modernas técnicas ainda não estão contempladas. Uma das alternativas para que alguns pacientes tenham acesso a esses procedimentos é a inclusão em protocolos de pesquisa.

Fonte

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